Tarja Preta

03:30 by Bruno Godinho

Se desprenda dessa cadeira que o impede de andar.
Jogue fora o tarja preta, deixe a loucura reinar.
É quando se perde o controle que se ganha autonomia.
É quando se perde a razão que se recupera o que havia.

Volte a ser criança, caia na dança.
Arrisque, belisque, petisque.
Prove, aproveite.

Todo mundo merece uma chance de dar uma chance a si mesmo.
Todo mundo merece uma chance, mesmo que a chance seja dada a esmo.

Descontrole, descabele.
Dê mancada, faça burrada.
Experimente, tente.

Só estando isento do olhar da sociedade
você conquista a verdadeira liberdade.

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InspirAção

20:16 by Bruno Godinho

Que nunca falte a inspiração.
E até quando a exaustão forçar a fundo inspirar
que ainda reste a ação.

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A sacada

19:43 by Bruno Godinho

Olho pela sacada
como quem saca que dá
para ter uma bela sacada
só de olhar

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Como é que pode? (A batata e o elefante)

08:48 by Bruno Godinho

Como é que pode um coração gostar de um amor
que esqueceu a flor e cultivou só o espinho.
E como pode a paixão brotar perante a dor
de caminhar descalço e só ter pedras no caminho.

Não, eu não vou chorar. Deixo a saudade pra você.
Não vou me acostumar a abrir meus olhos e não te ver.

Como é que pode a razão fazer um sonhador
recusar o amor e desejar viver sozinho.
E como pode a ilusão apresentar mais cor
que um abraço forte, um beijo com carinho.

Não, eu não vou chorar. Morro de saudade de você.
Não vou me acostumar a abrir meus olhos e não te ver.

Tão improvável é o amor e também tão inconstante.
Capaz de não ver diferenças entre uma batata e um elefante.

Não, eu não vou chorar. Deixa de maldade, quero você.
Não vou me acostumar a abrir meus olhos e não te ver.

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A gota d'água

08:19 by Bruno Godinho

A gota de orvário pingou mais uma vez e escorreu sobre a maçã, tracejando um úmido e singelo caminho por onde passava. Não precisou muito tempo e o que era pingo, virou chuvisco, que se tornou chuva, tempestade e temporal. E do caminho fez-se uma tromba d’água que quem dera fosse rumo a um mar de água doce, mas como em qualquer oceano, de açúcar não tinha nada. Era o gosto desgostoso do soro. O indegustável sabor das lágrimas.

Por mais que quisesse controlar, a nascente parecia incessante e o dilúvio eminente. Vez ou outra alguém tentava fazer uma barragem. Tentava em vão. “Como podes ter uma cachoeira em teus olhos? Não tens motivo para estar feliz?” perguntava quem ao longe via as corredeiras. A resposta era sempre a mesma: “Tenho tudo que preciso para ser feliz. A bica sob minhas pálpebras transborda tristeza apenas para que eu dê o devido valor ao tsunami de momentos felizes que banham meu coração”.

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Equação

05:57 by Bruno Godinho

Vivo demais.
Luto por mais.
Trabalho sem “mas”.
Sorrio muito mais.

E que todos se somem a mim,
menos quem é de menos.

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