PODRECAST - resumo semanal de desinformação

17:23 by Bruno Godinho

Você sabe o que é um frango corporativo?
Já ouviu o axé da Queda do Avião?
Já imaginou o Obama no Araguaia?

Isso tudo você ouve no PODRECAST. Tibrão, Marciano e Porco comentam política, economia, games e muito mais de uma forma que você nunca viu. Nem ouviu.



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Prato do dia

11:32 by Bruno Godinho

Muito se fala sobre cultura. Ela é a identidade de um povo, a característica de uma época e, mais que isso, um item marcante no processo evolutivo de uma civilização. Mas, nem sempre podemos nos vangloriar disso.

Seja desde o gênese (para as culturas baseadas na religiosidade) ou desde a evolução de macaco para sapiens (para as culturas com forte tendência científica), buscamos defender o que temos de mais forte: um ideal. Ele nos domina. Dita como comeremos, dormiremos e nos relacionaremos. Esse ideal criado a partir do nosso inconsciente coletivo acrescido dos efeitos do ambiente (fenótipo) compõe um tijolo da enorme construção que é uma cultura. Essa por sua vez influencia nosso pensamento, modifica o ambiente e, portanto, é responsável pela variação de nossos ideais, gerando um círculo infinito. Uma cobra se alimentando do próprio “rabo”. E assim a cultura evolui e evoluímos com ela. Bom, pelo menos é assim que deveria ser.

Uma modificação cultural não se dá somente pela evolução natural dela, na maioria das vezes ela ocorre de forma mais rápida, brusca e agressiva. Não é de hoje que o choque de culturas diferentes e divergentes resulta na dominação de uma em detrimento da outra. Assim foram maias, astecas, egípcios, índios, gregos e troianos. Toda vez que uma civilização se erguia, outras tantas em seu caminho sucumbiam e com elas grande parte de seu acervo cultural. É a cobra se alimentando do próprio rabo enquanto uma águia a devora sem que ela sequer perceba.

Com base nisso não é difícil deduzir que o brasileiro nada mais é que a pasta italiana acompanhada da salada espanhola servidos com um bom Vinho do Porto, enquanto um doce de cupuaçu é apreciado como sobremesa. O que quase não se percebe é que nesse momento, com a mesa posta, nossa cultura está sendo novamente devorada.

Aos poucos, somos influenciados pela mídia que cria a pseudo-necessidade de consumo de itens que não precisamos a um preço que somos incapazes de pagar. Entra a imposição do hambúrguer americano, do sushi japoca, do Outback australiano e, principalmente, o estilo de vida de povos com histórico totalmente diferente do nosso.

Com a globalização e a instantaneidade das informações é impossível que a cobra da metáfora anterior deguste de si própria para evoluir. Ela é aos poucos devorada, ao mesmo passo que devora outros enquanto também come a si própria.

Estamos chegando ao ponto em que as culturas se digerirão de tal maneira que haverá um padrão comportamental, artístico e sócio-político em todo o mundo. Um só pensamento. Uma só voz.

Quando esse dia chegar, enfim teremos a evolução de uma cultura mundial. Todos de mãos dadas crescendo juntos.

Você pode até não estar mais na cozinha quando esse prato for servido, mas com certeza, as gerações vindouras comerão os frutos da semente plantada hoje. Para você, leitor, deixo apenas a sugestão do dia: tentar fazer o que há de melhor em seus ideais, para que estes influenciem o meio em que vive, de modo a contribuir para um padrão cultural mais justo e humanitário. E para os que se alimentarão de nossa cultura fica aqui apenas o meu “Bon apetit”.

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