Cabeça de Papel

07:48 by Bruno Godinho

Enquanto a cabeça busca sentido
Todo o restante busca sentir.

Sentir o calor da pele
O cheiro da chuva
O gosto do pão
O vento do mar
O pelo do cão
O perfume da flor
A brisa no céu
O sabor do mel
O calor do sol

O cheiro da brisa
O perfume do vento
O gosto do calor
O sabor do pelo

A chuva.
O mar.
O sol.
O céu.
A flor.
O mel.
O pão.
O cão.

Para o comandante coração:
Marcha soldado, cabeça de papel.
Sentido!

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Gente

07:42 by Bruno Godinho

Não é a música, não é o ambiente.
Não se trata da comida, da bebida, tampouco do luxo. 
Gosto mesmo é de gente. 
Gente bonita, gente com orelha de abano. 
Gente normal, gente esquisita. 
Gente humilde, gente que se acha acima da gente.
Gente feliz, gente problema.
Gente parecida, gente diferente, gente indiferente.
Gente batuque, gente batente.
Gente.
Bom mesmo é ter gente, ver gente, viver gente.

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ONDE?

02:29 by Bruno Godinho

Busquei por ti, não encontrei.
Quem sabe na próxima esquina.

Quem sabe na próxima rima.

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ECLIPSE LUNAR

02:28 by Bruno Godinho

De nada adianta buscar o sol à noite
Ele não brilhará.
Ele não brilhará.
Ele não brilhará.

Você não brilhará.

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ENCEFALIA

02:27 by Bruno Godinho

Morte cerebral é como amar.
Nada mais faz sentido. Só se sente.
Morte cerebral é como amar.

Nada mais faz sentido.

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ALI(NHA)MENTO

02:27 by Bruno Godinho

Em marte não há problemas.
Não há intriga.
Não há briga.
Não há dilemas.

Em marte não existem dores.
Não existem ciúmes.
Não existem chorumes.
Não existem dissabores.


Todos esperam que marte se alinhe com vênus.

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PERCEPÇÃO

02:26 by Bruno Godinho

Não existe o que se resiste.

Que triste.

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IN VERSO

02:25 by Bruno Godinho

Nada poderá convencer de que seus versos
São inversos do que pensa.
Que suas ideias são legais,

Mas distantes de serem seus ideais.

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IA TO

02:25 by Bruno Godinho

De todas as formas de expressão
a escrita é a mais sorrateira.
Os pingos nos “is” mascaram
o que nas entrelinhas não se lê.

Não se mente com os olhos.
Não se engana com os gestos.
Não se ilude com o timbre de voz.

Agora, entre ditongos e hiatos
A verdade se maquia
na serifa daquela palavra tão

bonita.

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O AMOR AINDA VALE A PENA

02:24 by Bruno Godinho

Apesar da dor
Apesar do desgaste
Apesar do convívio
Apesar das diferenças
Apesar da família
O amor ainda vale a pena

A pesar de você.

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SIRENE

02:23 by Bruno Godinho

Pela janela ouvia a sirene tocar
Mais um detento?
Mais um defunto?
Mais um moribundo?
Mais um presunto?
E mais uma vez a sirene tocava.
Não morava próximo a um hospital
Não residia perto de uma delegacia
Mesmo assim, a sirene não parava de tocar
Pela janela da viatura via
Nas casas, parques e sinaleiros
Detentos, defuntos, moribundos, presuntos

Pessoas que sequer ouviam a sirene tocar.

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