Assaltantes de terno. Assaltados internados.

01:03 by Bruno Godinho

Hoje me deparei com uma cena inusitada, porém jamais inesperada: OS BANCOS ESTÃO COBRANDO TAXAS SOBRE TODOS OS SERVIÇOS! Agora você deve estar pensando: “Que novidade! Como se não fizessem isso à milênios!!!”, porém não me refiro as intermináveis taxas e impostos que geralmente são cobrados de modo discreto e vêm disfarçados como siglas (CPMF, TED, DOC, MPB, CPM22, FBI, URSS e por aí vai). Dessa vez, falo de uma cobrança descarada. Quase um assalto à mão armada!

Fui ao BB com um cheque de mil reais, pasmem, para descontar o cheque queriam me cobrar um “extra” de R$ 2,50. Mesmo sem entender solicitei então que o cheque fosse depositado. R$ 3,00. Sem saber o que fazer autorizei que quitassem um boleto “pagável preferencialmente” em outro banco. R$ 5,00. UM ABSURDO.

Enquanto batia boca com o atendente fiquei imaginando a evolução de tal procedimento. Pense como será isso daqui a 6 meses: você chega no banco com um cheque de cem reais e se depara com a mensagem: “Para abrir a porta passe o cartão. Automaticamente serão debitados R$ 1,50”. Tudo bem, mais à frente tem a porta-giratória. “Dar uma voltinha na porta – R$ 5,00, porém primeiro deixe os objetos de metal no porta-volumes”.

“Deixar objetos de metal no porta-volumes – R$ 30,00. Deixar quaisquer outros objetos no porta-volumes – R$ 45,00. (Quinze reais são pela ignorância do usuário).

Ao conseguir adentrar ao banco você vê de longe a fila quilométrica. Junto a ela uma placa: “Entrar na fila – R$ 10,00. Furar fila – R$ 15,00. Perguntar onde fica o fim da fila – R$ 30,00”. Nervoso e contando os minutos no relógio você entra no final da fila e um gentil atendente vem conversar com você:

__ Bom dia, seja bem vindo ao Banco do Bobo. Em que posso ajudá-lo? Lembrando que cada palavra minha a partir desse momento tem o ônus de R$ 1,00. Ok?!

__ O quê!?!?!? – Você fala indignado.

__ Bom dia, seja bem vindo ao Banco do Bobo. Em que posso ajudá-lo? Lembrando que cada palavra minha tem o ônus de R$ 1,00. Ok?! E esta informação custou R$ 27,00.

__ Mas isso é um absurdo!!! Você não tem vergonha na cara? – Você retruca puto da vida.

__ Senhor, é um procedimento do banco não ter vergonha em local nenhum, não só na cara. Somos treinados para isso. Mais alguma pergunta? Ah, e essa informação teve o custo de mais R$ 25,00.

___ Isso é um cúmulo! Quero falar com o gerente.

___ Tudo bem senhor, só que cada palavra dele custa R$ 3,00. E com essa informação você gastou mais R$ 15,00.

Após 45 minutos e muitos reais a menos chega sua vez de ser atendido pelo caixa. O homem gordo e com cara de ranzinza não te cumprimenta, toma o cheque da sua mão e depois de uma olhada ou duas fala:

___ Esse cheque não está nominal ao senhor.

___ Ah, tudo bem, vou preencher esse campo agora. Você tem uma caneta para me emprestar?

__ Para emprestar não, mas o banco cobra R$ 2,00 por caneta.

__ Dois reais para preencher meu o nome?!?!?!? Deve estar havendo algum equívoco.

__ É meu senhor, peço desculpas, realmente houve um equívoco. Para colocar seu nome aí você precisa de uma caneta especial que custa R$ 3,00. Desconsidere a informação anterior. À propósito, preciso da sua identidade.

Você coloca a mão no bolso esquerdo, apalpa o direito, cutuca o de trás até que lembra que sua carteira de identidade está no porta-luvas do carro. Aí lá vai você pegar seu RG e fazer tuuuuudo de novo.

Resultado, para descontar um cheque de 100 reais você gastou 238 pratas, levando (obviamente) para casa uma dívida de 138 conto que acrescidos de todas as taxas, multas, juros e encargos chegará ao final do dia na bagatela de R$ 1.045,58.

É por isso que vou seguir o conselho do meu avô e guardar o din din embaixo do colchão. Pelo menos os ácaros não devorarão ele tão rápido quanto os bancos.

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