Feliz é o sertanejo. Não o arrepiado que se diz sertanejo,
mas o sertanejo puro. Aquele que fala das coisas da terra, que vive das coisas
da terra, que vê a terra girar e que enterra seus problemas e deles faz brotar
uma semente.
Feliz é o sertanejo. Aquele que acorda cedo pra luta, que
tem compromisso com a lua e vagueia na velocidade da sua mula.
Feliz é o sertanejo. O grande cantador de moda, inventor de
moda, modelo da sua própria rota.
Sertanejo é que é feliz. No Rancho Fundo, na Pirapora, na
pororoca, na paçoca ou na roça. Felicidade que vai de uma beira a outra do
Araguaia, de um canto ao outro do Serra da Mesa. Felicidade é café fresquinho
sobre a mesa, antes e depois do frango ao molho.
Na cidade, sertanejo não posso ser. Faço do Totó meu alazão
e da samambaia minha plantação. A lua quase não vejo. Nem ouço o grilo, nem o percevejo.
O sertanejo que é contente. O que vive na fazenda e o que sobrevive
dentro da gente.
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