Raiz

02:56 by Bruno Godinho

Feliz é o sertanejo. Não o arrepiado que se diz sertanejo, mas o sertanejo puro. Aquele que fala das coisas da terra, que vive das coisas da terra, que vê a terra girar e que enterra seus problemas e deles faz brotar uma semente.

Feliz é o sertanejo. Aquele que acorda cedo pra luta, que tem compromisso com a lua e vagueia na velocidade da sua mula.

Feliz é o sertanejo. O grande cantador de moda, inventor de moda, modelo da sua própria rota.
Sertanejo é que é feliz. No Rancho Fundo, na Pirapora, na pororoca, na paçoca ou na roça. Felicidade que vai de uma beira a outra do Araguaia, de um canto ao outro do Serra da Mesa. Felicidade é café fresquinho sobre a mesa, antes e depois do frango ao molho.

Na cidade, sertanejo não posso ser. Faço do Totó meu alazão e da samambaia minha plantação. A lua quase não vejo. Nem ouço o grilo, nem o percevejo.


O sertanejo que é contente. O que vive na fazenda e o que sobrevive dentro da gente. 

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