Antiquado

19:23 by Bruno Godinho

Sou um homem à moda antiga.
Acredito em coisas que ninguém mais crê:
fantasma, Papai Noel, mandinga,
amizade, amor e outras coisas demodé.

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Curió

19:17 by Bruno Godinho

Agora entendo os suspiros na janela, olhando a noite à noite toda. Admirando a noite que era dela. Nunca se sentira livre ali. Nunca achara aquele o seu lugar. Olhava ao longe e voava em pensamento se perguntando se o lado de cá do vidro era uma prisão. Nada lhe faltava. Nem arroz, nem amor. Mas isso tudo era pouco. Ela queria bater asas. Planar sob o sol e se pudesse até sobre o sol.

Já que não mais se ouvia seu canto, tampouco precisaria escutar o pranto. Pronto.
Ao quebrar a gaiola não lhe tirei sua casa. Lhe dei o mundo.

Voa! Vá! Viva!

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Encarregado

19:13 by Bruno Godinho

Carrego em meu coração mais dores que amores,
Mais saudades que sabores,
Mais cinzas que cores.
Carrego meu coração como fardo pesado

Por quem um dia do meu coração se tornou encarregado.

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PNE

18:54 by Bruno Godinho

Sou um PNE. 

Nunca me fale jamais.

Não me diga o que não posso fazer.

Os riscos que não devo correr.

E se tem um sonho pairando no ar

não há quem me impeça de voar.

Sou uma Pessoa com Necessidades Espaciais

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Da dor, dá dom.

18:53 by Bruno Godinho

Dó da dor de dentro.
Dentro da dor
Domingo.
Dormi.
Doeu.
Deu dó.
Dor dá dó
Dormi.

Deu dom.

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Incabível

01:40 by Bruno Godinho

São muitas horas pra poucos dias
Vários dias pra curtas semanas
Inúmeras semanas pra pequenos anos
E o tempo já não cabe nele mesmo

Dá um tempo!

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Início, meio e meio.

15:29 by Bruno Godinho

Chegou, mas sumiu
mal entrou já saiu
devorou e sorriu
bocejou, nem curtiu.
Repensou. Repetiu.

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Xiiii

15:27 by Bruno Godinho

O silêncio bateu palmas, tocou a campainha e mesmo sem ser convidado entrou.


Chegou fazendo um estardalhaço! Chamou a atenção de todos. Sentou no sofá e se pôs a ver TV. O silêncio comentava da novela, do futebol e devolvia o boa noite ao almofadinha do telejornal.

Já estava ambientado, pediu uma xícara de café e comeu um biscoito. Bebeu um copo d'água e fechou a porta da geladeira com o pé. Foi ao banheiro, fez o que tinha pra fazer com a porta aberta e deu uma barulhenta descarga. Sentou no alpendre, fumou no parapeito e sussurrou olhando a lua.

Aos poucos se deu conta que ninguém mais o notara e percebeu que por mais que quisesse chamar a atenção como uma novidade, o silêncio sempre esteve presente lá.


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CARNAVAL

20:25 by Bruno Godinho

Onde vai, poeta, com essa fonte serifada e estrofe cheia de alegoria?

Vou para a avenida desfilar minha fantasia.

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SOFRER POR ANTECIPAÇÃO

10:00 by Bruno Godinho

Partindo desse pressuposto, me parto e me contorço pelo que suponho que aconteceu. Ponho à prova minha imaginação lisérgica e crio um mundo da inércia como se fora um Deus.

Pressupostos assim como preconceitos predominam prendendo-me como uma presa. Presas e pre-molares pressionam-se com pressa e pressão prejudicando minha predileção.

Preterido, não choro o leite derramado, mas derramo a minha via láctea inteira de leite fermentado por cima da real. Aí já não mais sei distinguir os anéis de Saturno com os do casamento e Mercúrio em chamas nem arde tanto quanto Mertiolate neste ferimento.


Tudo agora só faz sentido para quem sente os meus cinco sentidos, mas é claro, isso é só o que pressuponho.

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Expresso do Amanhã

18:45 by Bruno Godinho

__ Amanhã? O que vai acontecer amanhã?
__ O mesmo que aconteceu hoje, só que muito melhor.
__ Então embarquemos logo no Expresso do Amanhã!


Pantufas no chão.
Gorro nos sonhos.

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FOCO

09:57 by Bruno Godinho

Flecha no alvo.
Essa é minha meta.
Se o dia me faz arqueiro.
Caneta no papel.
A noite me faz poeta.


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CARDIOPATA

15:02 by Bruno Godinho

Será mesmo que mando em mim
já que do meu coração não sou dono?
Arritmado inconstante acelera assim
e faz a noite perder o sono.

Tento resistir, mas ele é independente.
Ó órgão central, por que me bate tanto?
Bombeia sangue, bobeia a vida da gente
De tanto bater, apanho. De tanto apanhar, pranto.

Ainda vou a um médico ou até mesmo a um exorcista
e arranco do peito esse toque descompassado
para que eu não mais me toque por ti, egoísta.
Para que nunca mais me troques por ela, enterrado.

Bateu, levou.

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SE...

14:57 by Bruno Godinho

Te quereria poesia
como dois quartetos sobre a noite
e dois tercetos sob o dia.

Te quereria gritaria!
Decibéis de urros de amor
Indeléveis berros de alegria.

Te quereria magia
alquimista do etéreo esplendor
Fogo, ouro, mistério, feitiçaria.

Te quereria putaria
Profana escrava do calor.
Insaciável dom de sinestesia.

Te quereria, queria
mais perfeita que o pretérito mais que perfeito

na qual se você existisse eu me referiria.

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A PORTA

22:02 by Bruno Godinho

A pena do poeta é sempre uma porta aberta.
Nela tem um mundo ou mais.
O universo infinito ou a órbita de um umbigo.
Nela cabe a loira, a ruiva e a morena.
A alta, a média e a pequena.
Cabe amor platônico, cabe Platão.
Cabe o sonho, cabe o segredo, tudo comporta um soneto.
Descabida é a ideia de que poesia é tudo igual.
Dos Anjos, Camões ou Leminski. Cada um com seu cada qual.
Cada um com uma porta. Cada porta um caminho.
E quando na poesia ler “Trouxeste a chave?”
Continue a leitura, pois na mão do poeta a porta não tem fechadura.
Tá tudo ali, a uma página de você.
E a uma porta de mim.

“Trouxeste a chave?”

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PARLA

22:00 by Bruno Godinho

Podem falar à vontade
Só não podem faltar com a verdade
E nem falhar na vontade.

O que esbravejam os cães não me interessa.
O que uivam os lobos não tem pressa.

Nem todo o barulho que fazes incomoda.
Uso o silêncio como música, pois uma pausa também é nota.
Tenha dó.

Podem falar a verdade com vontade e à vontade.

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SOBRE VIVER

15:42 by Bruno Godinho

Tá pra nascer quem nunca morreu por amor.
Quem nunca se matou por rancor.
Quem não deixou de viver por temor.

Ainda tá pra nascer, mas não nasceu.

Já vi gente que nasceu chorando, cresceu lamentando e faleceu resmungando.
Também já vi quem nasceu aos berros, mas ao abrir os olhos sorriu.
Riu de bobeira, riu de besteira, riu só porque era mais gostoso que chorar.
Só riu.

Pode ser riso forçado, branco ou amarelo.
Pode ser espontâneo, pode ser riso banguelo.
Pode ser com dente, com beiço.
Pode ser com som, com silêncio.

Vale mais um bobo alegre que um sabido triste.
Vale mais quem vive e não só quem sobrevive.
Vale mais a forma com que levamos a vida do que a vida que levamos.
Vale nascer pobre ou rico, sadio ou Flamenguista.
Vale tudo.
Só não vale morrer insatisfeito, amargurado.

Até já nasceu quem goste do doentio sabor de soro de hospital que a lágrima tem,
mas tá pra nascer quem não goste de uma contagiante gargalhada.

Tá pra nascer quem não sofre.
Tá pra viver quem não liga pro sofrimento.

Inevitavelmente todo mundo nasce aos prantos,

mas viver chorando é opcional.

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Do Bem

08:52 by Bruno Godinho

Bem vindo.
Bem visto.
Bem quisto.

Meu bem querer a quem me quer bem
Sou do bem e quem é do bem só se dá bem.

Bem feito.

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Desde que você chegou...

04:28 by Bruno Godinho

Desde que você chegou...

Um pensamento raso virou razão
Uma vida curta virou curtição
Um reflexo no espelho virou reflexão
Um momento de paz virou paixão
Uma rotina sem sal virou sensação

Uma vida a dois virou adoção
Desde que você chegou virou dedicação

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A TRILHA

20:50 by Bruno Godinho

Há muito mais sensações que nossos cinco sentidos conhecem.

Ouça o que meu silêncio diz e verás o que seus olhos não enxergam.

Pois é na escuridão dos teus atos que minha luz brilha

e no fundo dos teus passos que meu caminho se mostra.

O caminho que é trilha e não trilho.

Dá o rumo, mas não prende quem não tem prumo.

Só anda nele quem sabe onde quer chegar

Só chega nele quem sabe onde quer andar

Fácil não é. Difícil também não.

Nele tem um segredo que é do tamanho do seu medo.

E não adianta ir adiante se você treme diante do temor.

Seja forte! Quem tem um porquê enfrenta qualquer como.

Então de propósito exalte seus propósitos.

Mude seus atos mudos e mudará o mundo.

Sou capaz de transformar o mundo se seu mundo se transformar no meu.

Mas se não for...

Me retiro do recinto e me ressinto ao seu retiro

Vou em busca de outros olhos que verão o que não é visível

e de outros atos que possibilitarão o impossível.

E a trilha segue para quem segue na trilha.

Sozinho ou juntos.

Aos pares ou aos ares.



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De Partida

10:02 by Bruno Godinho

Contagem regressiva, espaçonave em lançamento
para o profundo, escuro e obscuro espaço
para o novo, o desconhecido, o entorpecido colapso.
Encontrará muitas estrelas ou só buracos negros?
Descobrirá novos mundos, novos povos, novos segredos?

Dez...

Apertem os sintos, agora vai.

Nove...

Para trás ficará a vida de tantos...

 Oito...

... ou a sua própria vida?

Sete...

Amigos e amores

Seis...

Delícias e dores

Cinco...

Ficará o que não conseguimos entender

Quatro...

Ficará o que não queremos compreender

Três...

Ficará só o que não permitimos conviver

Dois...

Pára! Quero voltar!!

Um...

Voltar já não é possível. A viagem é inevitável.

Vá foguete!
Eis que partiu o limite da velocidade da compreensão humana.
Voa foguete!
Eis que partiu.

Mundo azul já não há mais.

Pequeno e distante, ficou pra trás.

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Menina dos meus olhos

10:00 by Bruno Godinho

Onde você vê sombra, eu vejo luz.
Onde você vê chuva, eu vejo arco-íris.
Onde você vê frio, eu vejo aconchego.
Onde você vê desatino, eu vejo desafio.
Onde você vê desesperança, eu vejo futuro.

Onde você nada vê, eu vejo você.

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Mate

10:07 by Bruno Godinho

Mate o tempo.
Mate um leão por dia.
Mate, o chá.
Matemática.
Materialize.

É possível falar de morte sem matar ninguém.

Só não dá pra falar de vida sem ter alguém.

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Dilúvio

09:33 by Bruno Godinho

Foi então que a profecia se realizou. Começou com vento, com brisa. Logo eram tornados e furacões. A chuva caía, escorria, lavava e transbordava e depois disso tudo chovia ainda mais. E agora, o que vamos fazer com tanta chuva?


Às vezes o sol saía exibindo um singelo arco-íris, mas a chuva não parava. Choveu em um mês o que estava previsto para um ano. E foi assim durante muitos anos. E foram anos assim durante décadas. Mas um dia o temporal passou. A chuva cessou. Tudo voltou ao que era. E agora, o que vamos fazer sem a chuva? 

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Pró FUNDO

17:51 by Bruno Godinho

Existem dois tipos de poesia: as que falam de amor e as que não são poesia.

Um poema não é feito de versos, rimas, estrofes. Mais que isso: é puro sentimento. É intenso, é denso. Tem o sabor da lágrima derramada por um coração partido e o calor do desejo do primeiro beijo.

Há quem negue, mas todo mundo quer amar. Todo mundo sempre quer. Poucos admitem. Alguns não aceitam. Tem até quem reclama e desdenha, mas no fundo... bem lá no fundo... todo mundo quer dormir de conchinha, acordar com outros pés juntos aos seus, ter com quem contar e com quem compartilhar.


No fundo, todo mundo espera o amor, mas para ser amado precisa primeiro tirar o amor do fundo.

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SAGAZ CIDADE

17:51 by Bruno Godinho


Para ser sagaz não importa a idade.
Basta ser capaz e ter habilidade
de crer que não jaz a moral e a verdade
como um rapaz sobrevivendo na cidade
que tanto faz contra a fome que o invade
lutando pela paz à procura da felicidade.


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O Troco

04:37 by Bruno Godinho

A quem me deseja o mal, eu só desejo o bem.
A quem me dedica o ódio, eu só dedico o amor.
A quem implanta a discórdia e planta a mentira, que colha a paz.
Porque é pra frente que se anda.
É a todo mundo que se ama.
E não quero que tenhas o dobro do que me deseja.
Torço para que tenha pelo menos metade da minha luz.
E que Deus te ilumine sempre.

A vida é muito pequena pra ter gente pequena nela.
Cresça, desenvolva, evolua e sob qualquer circunstância construa.

À sua pessoa, sucesso.

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Escada Rolante

04:34 by Bruno Godinho







                                                                                                                                    Suba.
                                                                                                                             Suba.                                                                                                                                                                                                                                                      
                                                                                                                     Degrau.


                                                         Xiii, parou. A energia deve ter acabado.
                                                       Sobe.
                                            Degrau.
                                  Degrau.
                          Sobe.
                   Sobe.
         Degrau.

Degrau.

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COLISÃO

21:23 by Bruno Godinho

Como se um beijo ardente
revelasse o passado desperdiçado
sem nenhuma noite quente
para um par mal amado.

Ela cultivava sonhos.
Ele sonhava acordado.
Ele, cabisbaixo, ia enfadonho.
Ela, furtiva, ia para outro lado.

E a vida sozinha ia.
Em caminhos opostos estavam.
Às vezes se encontravam de dia,
mas os olhares não se encontravam.

Flores deram a ela calor.
Com outro já estava comprometida.
Amores não deram a ele o amor.
O compromisso não parecia uma saída.

Muitos anos e drinks se passaram em vão
e por mais improvável que pareça,
um dia a furtiva mudou a direção
e o enfadonho ergueu a cabeça.

Colidiram sem querer e sem dores.
O acaso jogou seu feitiço
O calor a fez ver flores.
A saída era o compromisso.

Como se um beijo ardente
Revogasse todo o passado
Trazendo ao casal uma vida quente:
O corpo dele no dela suado.

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B.O.C.A.

14:56 by Bruno Godinho

Sua boca me dá água na boca.
Uma vontade que não é pouca
da sua boca beijar.

Como água de bica que corre pro rio
desce montanha e nem que seja com um fio
vai ao encontro do mar.

Sinto nos seus lábios divinos, fartos
o gosto agridoce e o aconchego exato
para nos meus repousar.

O mesmo que o voo da pluma macia
bailando ao vento do céu de baunilha
partindo deste para outro lugar.

Por um minuto flutuo, fico suspenso,
trêmulo nas pernas, coração tenso.
Cresço em ti, levito no ar.

Falo seu idioma, domino sua língua,
esqueço da chaga, some  a íngua,
domo seu corpo. Venha ao meu domar.

Da sua saliva inundo a vida,
entrego a alma um dia vendida
e dou-lhe agora para presentear.

Pois seus lábios me levam ao paraíso
tornando impreciso o que preciso
para te ver no altar.

É tamanho o desejo que revela um bocejo
que não passa de sonho o que pensei ser um beijo
a água na boca que sua boca ainda vai me dar.

No brilho dos seus dentes reflete o cupido
que evidentemente flechou este bandido
e platonicamente o ensinou o que é amar.



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Orgulho

14:32 by Bruno Godinho

Poderia ser avareza, luxúria, ira, gula, inveja ou preguiça. Até caberia ser sobre vaidade ou soberba. Dava pra ser sobre qualquer assunto, mas este texto é sobre o orgulho. Não o orgulho rabugento que nos impede de perdoar, que nos deixa tão ensimesmados que ficamos cegos e tolos. Nada disso. Me refiro ao bairrismo. Ao que sinto em ser goiano. E isso me dá muito orgulho!

É ter o pé rachado sem ter bicho de pé. É roer o pequi sem temer os espinhos. É dançar catira em cima das adversidades. É ser jóia sem ser Jeca. Ser goiano é viver em grandes cidades preservando as características do interior. Onde todos se conhecem e com um “bom dia” já se inicia uma nova amizade. Aqui, até doutores às vezes soltam um “bão tamém”. Não por desconhecimento à língua, muito pelo contrário, mas para preservar um costume. Assim como puxar o “R” é algo tão rotineiro quanto ouvir música sertaneja. Duas coisas que mesmo que você tente evitar, acaba fazendo sem nem perceber. E por falar em rotina, hoje é dia de boteco do mesmo jeito que foi ontem e que será amanhã.

É claro que meu Estado também tem seus defeitos. Ôh, se tem! Mas deixa isso pra lá que o frango ao molho já está servido e daqui a pouco tem pamonha. Não tem mar, mas o Araguaia é logo ali. Se tiver com frio, vá pra Caldas. Se fizer calor, vá pra Piri.

Já vivi o Brasil inteiro e o estrangeiro também. Vi belezas raras, coisas novas, pessoas diferentes. Mas em nenhum canto fui tão bem recebido quanto os visitantes são em Goiás. Em lugar algum vi tantas mulheres bonitas. E constatei que só aqui pode-se fazer tanto gastando tão pouco.


É feriado, minha mala tá pronta, mas eu sempre retorno. Não tenho opção. Meu espirito é cigano, mas o coração é goiano.

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Buraco Negro

13:19 by Bruno Godinho

O que me dói não é a bala que fura o peito e atinge as entranhas.
É o buraco da bala que furou o peito e atingiu as entranhas.
Não pelas entranhas atingidas pela bala que furou o peito.
E tampouco pelo peito furado pela bala que atingiu as entranhas.
O que dói é o buraco.
O vazio.
O oco.
Esse vácuo no peito.
A cicatriz que não fecha.
O espaço que não diminui.
A dor que não cessa.
Aí, bala, peito, entranhas... nada mais importa.
Só restou o buraco.
Só restou o nada.

Como dói. 

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VER dade

09:18 by Bruno Godinho


O que você vê de olhos fechados
quando a razão sai de cena
e sua imaginação fica plena?

O que você vê no escuro do seu eu:
o sonho perdido ou o combate vencido?
Vê o que gostaria de enxergar ou já cegou os olhos da alma?

O que você vê pra dentro?
Lá no cantinho, atrás da espinha
escondido na escuridão dos seus segredos, o que você vê?

Abra os olhos e admire a vida.
Agora que você já viu quem é
talvez consiga olhar o próximo.

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Minas Gerais

04:10 by Bruno Godinho


Bão bissurdo é Berlândia, Beraba e a Boa Araguari. Bicho, a bóia é uma barbaridade. Belisquei broa, biscoito, bolo, baba-de-moça e até bacon bebido na banha.

O batuque do bumbo e do baixo balançam as baladas onde beldades bonitas como bailarinas ou BBBs bombam em bares e boates.

Bem bacana é Bêagá com seu background bárbaro e a barroca Ouro Preto. Bizarro seria se os bandeirantes não botassem os braços por estas bandas onde até barqueiros espaciais já fizeram barulho e badalaram Varginha.

Um beijo pra quem é de beijo, Bye bye Minas Gerais. Com o “B” de boa sorte, beleza e do meu nome, já que a letra “A” de amor está reservada pro meu Goiás.

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Água no Feijão

07:24 by Bruno Godinho


Bota água no feijão que eu to chegando.
Chego com a fome de vinte e dois leões
Devoraria um boi inteiro
ou pelo menos um bom bife à cavalo.

Bota água no feijão que não venho sozinho.
Tá comigo a turma toda
Chegando com a fome de vinte e dois leões cada um
E seus convidados só vão aumentar.

Bota água no feijão que nem só de carne vive o homem!
Põe tempero, põe pimenta
Estou chegando e você sabe que eu chego junto.
Então, engrossa o caldo.

Bota água no feijão!
Come tudo! O alimento é para você, não para mim.
Porque quando eu chegar travestido da ansiedade faminta pela frustração,
 acompanhada da tristeza, decepção e depressão
Você precisa ser forte.
Haja feijão!

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Amar além do mar

16:12 by Bruno Godinho


A lei da vida é amar além da vida.

A lei de amar é viver além do mar.

No vai e vem da maré 

vale bem ser quem é:

comandante ou marujo, 

caranguejo ou caramujo. 

Navegar, surfar e na alta ou na baixa 

nunca deixar de nadar.  




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05:55 by Bruno Godinho


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Dia das Bruxas

05:48 by Bruno Godinho


Estive fora das pistas, das listras da zebra.
Onde me perdia entre unicórnios, imbróglios, ilusões.

De fato fiquei mais chato, exato, sensato
vendo e vivendo um mundo mais nítido, fatídico e lícito.

Parei de caçar dragões e lutar contra moinhos de vento
Larguei o tridente, abandonei os duendes...

Cultivei o pasto, fui atrás da vaca leiteira
e de leite enchi a geladeira.

Fiz mais travessias e menos travessuras.
Acumulei guloseimas, abdiquei gostosuras.

Duzentas luas se passaram até que um lunático por mim passou
fantasiado de morto-vivo dando “viva” aos mortos.

Ofereceu-me a fantasia, disse que era só brincadeira
“Segue sua vida, defunto!” – eu brinquei e segui a minha.

A bruxa está solta só que não solta a vassoura.

Uma dia é da bruxa, maga, feiticeira.
Outro é da bucha, vassoura e esfregão.
Num dia o ácido corrói a carne inteira
Noutro o sangue corre na carne em vão.

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VAMOS?

19:33 by Bruno Godinho

Vamos fazer o chão virar o céu só pra poder caminhar nas nuvens.
Misturar o calor da hora com o frio da barriga.
Ver a imaginação se fundir a realidade só pra realidade não passar de um sonho.
Um sonho pra se viver.
Uma vida pra se sonhar.
Vamos fazer. Vamos ser.
Vamos juntos.

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A dose

19:27 by Bruno Godinho


Desceu queimando o peito e quase voltando. Era assim que sentia toda vez que engolia esse troço amargo, viscoso como o pus, que aparenta ser suco biliar e que cheira a fluído de freio batido com enxofre. Ô coisa repunante e repugnante!

Mais um gole e mais uma cara feia era feita, quase sempre seguida de um urro de desespero. Não há em todo o mundo aguardente mais forte e nem caninha mais bruta. Mesmo assim, lutando contra seu estômago o cliente batia no balcão e insistia ao amigo garçom mais um trago. O velho barman passara a vida servindo isso. Conhecia todos os tipos de reação da clientela: tinham os que perdiam a cabeça e partiam para a briga; os que se sentiam fortes, ricos e queriam dominar o mundo; e a maioria, os que assim como este, incontrolavelmente choravam. E não eram lágrimas comuns. Muito pelo contrário. Era o soro da vida pingando das pálpebras como se fosse o próprio sangue expulso do coração. Não por emoção, mas por desesperança.

A gota que escapava à córnea escorria pela maçã trêmula do rosto e corria por toda a face amargurada adentrando até pelo nariz. Às vezes, a respiração ofegante era interrompida pela apneia do choro cortando toda a inspiração. Sorte do cliente, pois diante de tanta dor se afogar na própria lágrima até que não seria má ideia nesse momento.

Ainda fraco e com o estômago em chamas, levantou a cabeça e pediu a garrafa toda. O garçom negou afirmando que nem o mais valente dos homens e nem a mais vigorosa das mulheres conseguiria virar todo o conteúdo de uma só vez. “Por isso existe o dosador” - Explicou.

Desesperado, o cliente partiu para a súplica: “Por favor, sirva-me então mais uma dose agora! Preciso de uma vez engolir todo o meu orgulho”.

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01:01

21:11 by Bruno Godinho


01:01

Uma e um. Não é hora de fazer hora. Ou vá ver a vida ou a vida vá viver. Oras, que hora melhor que zero um, zero um para mostrar que ou não existe ou insiste, que ou ninguém ou tem, que ou “ah” ou que há.
Vixe, uma e dois. E eu aqui orando para não perder a hora...

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FOME

20:31 by Bruno Godinho


O melhor tempero é a fome
O melhor pra mulher é o homem
Se você é o que você come
quem você carrega no abdômen?

Seria a paixão de uma vida
ou a transa de uma noite só?
Será que tem o sabor da fruta mordida
ou é um príncipe que virou bocó?

Na inanição pedra tem sabor de picanha
Na fartura até o filé não vale nada
Quantos repousam em sua entranha?
Quem será o prato principal e quem será o de entrada?

E se o enjoo bater acompanhado de queimação
Botar pra fora é tentar a esmo
Nem você, nem o prato em digestão
nunca mais voltarão a ser os mesmos.

Coma a carne, entorpeça-se com o vinho.
É o meu corpo posto a mesa para satisfazer sua gula.
Enquanto se sacia morro sozinho
Enquanto sou ingerido você se anula

Mastiga. Chupa. Lambe. Lambuza.
Vomita. Escarra. Arrota. Caga.
Deita. Abraça. Beija. Abusa.

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O Brunch de Munch

13:41 by Bruno Godinho


Falarei de amor até que o sol beije a lua,
o verão vire primavera,
a princesa perdoe a bruxa
e o cupido acerte a mira.

Vou gritar o amor até que a noite inteira acorde,
o vidro quebre,
o relógio pare,
e a banda breque.

Berrarei o amor insano, profundo, quente
até que a água ferva,
a energia acabe,
e a orquestra se descompasse.

Esgoelarei o amor até que fiques surdo,
Até que eu fique mudo,
Até que o mundo mude
e do Japão ao Jalapão não se ouça mais nada além da minha voz.

Só lhe peço uma coisa:
podes destapar os ouvidos?

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EM OFF

05:59 by Bruno Godinho


Não há de tirar foto da lancha e nem do lanche.
Não quero o biquinho de ostentação, nem os dedos em “V” de uma falsa vitória.
Comigo é olho no olho, sangue quente.
E se tiver que curtir algo, que seja pessoalmente.
Porque não tô nem aí pra fazer o social numa rede social.
A vida acontece é aqui fora. A vida acontece é agora.
Larga este celular e pega na minha mão.
Esquece o emoticon e mostre a sua verdadeira emoção.
Dê um sorriso, um grito, estravasse!
O SMS que vai mandar pode não chegar.
O Tweet pode não ser lido.
E o texto tão bem feito retirado do livro de autoajuda pode passar batido.
Agora, sua fala, essa ninguém cala.
Bote a boca no trombone, no mundo, na minha.
Tire esse fone e ouça o que digo:
A bateria do celular um dia pode acabar. A sua não.
A bateria do celular um dia pode acabar... comigo.

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JOGO DE AZAR

18:18 by Bruno Godinho


O que vicia no jogo dessa vida
é que em meio a tanta gente perdida
há uma multidão querendo se encontrar
Embaralhadas em vão, basta procurar.

Me virei, revirei, dei as cartas, procurei e cadê?
Ás, dez, valete, rei. Dê as caras, onde está você?
Aposto todas as fichas, arrisco tudo num all in
Ao posto numa rincha, arisco, e não vem nada a mim.

Ao perdedor só resta a ilusão, a fantasia.
Ao vencedor, festa, paixão e poesia.
Quem dera sentir a metade do amor deste poeta.
Já que é covarde a dor que o jogo me oferta.


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Amor Cego

16:11 by Bruno Godinho


__ Venha!
__ Vou, mas vou de olhos fechados.
__ Por quê? Tem medo de ver a verdade?
__ Não. Tenho receio de que você veja a minha verdade.

Beijos incessantes no escurinho.

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