A PORTA

22:02 by Bruno Godinho

A pena do poeta é sempre uma porta aberta.
Nela tem um mundo ou mais.
O universo infinito ou a órbita de um umbigo.
Nela cabe a loira, a ruiva e a morena.
A alta, a média e a pequena.
Cabe amor platônico, cabe Platão.
Cabe o sonho, cabe o segredo, tudo comporta um soneto.
Descabida é a ideia de que poesia é tudo igual.
Dos Anjos, Camões ou Leminski. Cada um com seu cada qual.
Cada um com uma porta. Cada porta um caminho.
E quando na poesia ler “Trouxeste a chave?”
Continue a leitura, pois na mão do poeta a porta não tem fechadura.
Tá tudo ali, a uma página de você.
E a uma porta de mim.

“Trouxeste a chave?”

Posted in | 0 Comments

0 comentários:

Postar um comentário