Poderia ser avareza, luxúria, ira, gula, inveja ou preguiça.
Até caberia ser sobre vaidade ou soberba. Dava pra ser sobre qualquer assunto,
mas este texto é sobre o orgulho. Não o orgulho rabugento que nos impede de
perdoar, que nos deixa tão ensimesmados que ficamos cegos e tolos. Nada disso.
Me refiro ao bairrismo. Ao que sinto em ser goiano. E isso me dá muito orgulho!
É ter o pé rachado sem ter bicho de pé. É roer o pequi sem
temer os espinhos. É dançar catira em cima das adversidades. É ser jóia sem ser
Jeca. Ser goiano é viver em grandes cidades preservando as características do
interior. Onde todos se conhecem e com um “bom dia” já se inicia uma nova
amizade. Aqui, até doutores às vezes soltam um “bão tamém”. Não por
desconhecimento à língua, muito pelo contrário, mas para preservar um costume.
Assim como puxar o “R” é algo tão rotineiro quanto ouvir música sertaneja. Duas
coisas que mesmo que você tente evitar, acaba fazendo sem nem perceber. E por
falar em rotina, hoje é dia de boteco do mesmo jeito que foi ontem e que será
amanhã.
É claro que meu Estado também tem seus defeitos. Ôh, se tem!
Mas deixa isso pra lá que o frango ao molho já está servido e daqui a pouco tem
pamonha. Não tem mar, mas o Araguaia é logo ali. Se tiver com frio, vá pra
Caldas. Se fizer calor, vá pra Piri.
Já vivi o Brasil inteiro e o estrangeiro também. Vi belezas
raras, coisas novas, pessoas diferentes. Mas em nenhum canto fui tão bem
recebido quanto os visitantes são em Goiás. Em lugar algum vi tantas mulheres
bonitas. E constatei que só aqui pode-se fazer tanto gastando tão pouco.
É feriado, minha mala tá pronta, mas eu sempre retorno. Não
tenho opção. Meu espirito é cigano, mas o coração é goiano.
0 comentários:
Postar um comentário