Orgulho

14:32 by Bruno Godinho

Poderia ser avareza, luxúria, ira, gula, inveja ou preguiça. Até caberia ser sobre vaidade ou soberba. Dava pra ser sobre qualquer assunto, mas este texto é sobre o orgulho. Não o orgulho rabugento que nos impede de perdoar, que nos deixa tão ensimesmados que ficamos cegos e tolos. Nada disso. Me refiro ao bairrismo. Ao que sinto em ser goiano. E isso me dá muito orgulho!

É ter o pé rachado sem ter bicho de pé. É roer o pequi sem temer os espinhos. É dançar catira em cima das adversidades. É ser jóia sem ser Jeca. Ser goiano é viver em grandes cidades preservando as características do interior. Onde todos se conhecem e com um “bom dia” já se inicia uma nova amizade. Aqui, até doutores às vezes soltam um “bão tamém”. Não por desconhecimento à língua, muito pelo contrário, mas para preservar um costume. Assim como puxar o “R” é algo tão rotineiro quanto ouvir música sertaneja. Duas coisas que mesmo que você tente evitar, acaba fazendo sem nem perceber. E por falar em rotina, hoje é dia de boteco do mesmo jeito que foi ontem e que será amanhã.

É claro que meu Estado também tem seus defeitos. Ôh, se tem! Mas deixa isso pra lá que o frango ao molho já está servido e daqui a pouco tem pamonha. Não tem mar, mas o Araguaia é logo ali. Se tiver com frio, vá pra Caldas. Se fizer calor, vá pra Piri.

Já vivi o Brasil inteiro e o estrangeiro também. Vi belezas raras, coisas novas, pessoas diferentes. Mas em nenhum canto fui tão bem recebido quanto os visitantes são em Goiás. Em lugar algum vi tantas mulheres bonitas. E constatei que só aqui pode-se fazer tanto gastando tão pouco.


É feriado, minha mala tá pronta, mas eu sempre retorno. Não tenho opção. Meu espirito é cigano, mas o coração é goiano.

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