B.O.C.A.

14:56 by Bruno Godinho

Sua boca me dá água na boca.
Uma vontade que não é pouca
da sua boca beijar.

Como água de bica que corre pro rio
desce montanha e nem que seja com um fio
vai ao encontro do mar.

Sinto nos seus lábios divinos, fartos
o gosto agridoce e o aconchego exato
para nos meus repousar.

O mesmo que o voo da pluma macia
bailando ao vento do céu de baunilha
partindo deste para outro lugar.

Por um minuto flutuo, fico suspenso,
trêmulo nas pernas, coração tenso.
Cresço em ti, levito no ar.

Falo seu idioma, domino sua língua,
esqueço da chaga, some  a íngua,
domo seu corpo. Venha ao meu domar.

Da sua saliva inundo a vida,
entrego a alma um dia vendida
e dou-lhe agora para presentear.

Pois seus lábios me levam ao paraíso
tornando impreciso o que preciso
para te ver no altar.

É tamanho o desejo que revela um bocejo
que não passa de sonho o que pensei ser um beijo
a água na boca que sua boca ainda vai me dar.

No brilho dos seus dentes reflete o cupido
que evidentemente flechou este bandido
e platonicamente o ensinou o que é amar.



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