Hora do Almoço

12:30 by Bruno Godinho


Nunca fui fã do Mc Donald´s, nem mesmo simpatizante. Lembro que durante a infância inteira rejeitei a marca como uma forma de combater o capitalismo que ela representa (como se fosse possível).

O tempo passou e muito mudou. De anti-capitalista me tornei publicitário e passei a negar os sandubas do Mac por outro motivo. Já não conseguia diferenciar o sabor do hambúrguer ao gosto da caixa. É a gororoba mais sem graça que já comi, muito ruim meeeesmo.

Pra piorar, eu que já não tinha afinidade nenhuma com a marca recebia constantemente e-mails que deixavam a franquia do Pato Donald ainda pior. Era um tal de hambúrguer de minhoca, pão vencido, óleo feito a partir de gordura humana. Essas correntes são tão forçadas e bizarras que me lembram os filmes do Jim Carrey. Chega a ser engraçado.

Pois bem, ignorando os traumas da infância, os dissabores da adolescência e as correntes digitais sensacionalistas, resolvi ontem, comer um belo Mc-Tudo. Resultado: arrependimento².

Me arrependi de não ter apreciado essa incrível culinária Estadosunidense em sua fase áurea. Aposto que nos anos 80 o padrão Mc Donnald’s devia ser bem melhor que o dessa semana. É inacreditável como uma franquia tão famosa pode prestar tão bem um desserviço à humanidade. Ao começar do atendimento.

Fui recebido por uma jovem albina (que mais parecia o fantasma de alguma funcionária que havia trabalhado por lá e faleceu entalada por um hambúrguer de minhoca). Logo após terminar o contato espiritual com a atendente fui direcionado à moça do caixa: uma gorda com sua flácida barriga para fora da camisa e saltando sobre o cinto velho. Era simplesmente a visão do inferno. Como uma mulher pode chegar a esse nível?! E como uma empresa pode permitir que uma mulher desse nível tenha contato com o cliente?! Naquele momento perdi totalmente a fome (que já não era grande), mas como havia pago... que venha o Mc-pão-com-ovo.

Para minha surpresa o método de produção de tais sanduíches é ainda mais lastimável que o atendimento. Ao meu lado a mocinha que ensacava as batatas ajeitava o alimento com a mão nua e lá no fundo, nenhum dos chapeiros usavam luvas.

Nessa altura do campeonato, meu estômago já se revirava e o enjôo me entorpecia. Até pensei que um alien sairia da minha barriga (só ele mesmo para comer esse Mc-Pig), mas com muito esforço consegui conter o refluxo.

Após longos 14 minutos de cenas horrendas meu Mc-Cai-fora estava pronto para ser devorado. Pena que não consegui fazer isso, mas meu cachorro adorou.

Falando nisso...

A Vigilambança Sanitária anda tão ocupada bebendo leitinho que está se esquecendo que o povo vive de pão e circo e não de leite e soda. Será que não tem ninguém lúcido o suficiente para vistoriar uma grande franquia de fast foda dentro de um grande shopping?! Será que é pedir muito que alguém veja de que século é o óleo em que a batata é frita? O cheiro realmente lembra gordura humana e o visual está mais para óleo diesel que de soja.

Com tudo isso me pergunto: como alguém pode pagar 12 reais por um Mc-cocô se um X-Tudo sai por volta de R$ 3,50?! E, com certeza, a higiene nos pit dogs da esquina é bem melhor que a vista no Mac.
E eu que pensava que nos EUA só o Bush fazia porcaria...

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